Papel do líder em processos de mudanças é um assunto bastante polêmico, pois existem diversas literaturas que abordam esse tema por perspectivas diferentes. Portanto, esse texto pretende clarear e te ajuda-lo a entender, como líder ou área de suporte, o que é necessário para que um líder seja bem sucedido em mudanças.

Quando uma organização inicia um processo de mudança é muito comum que líderes se sintam sobrecarregados em conciliar as suas obrigações diárias (atividades, metas, resultados, motivar a equipe, etc.) com a mudança e, ainda, gerenciar sua equipe para que consigam mudar na velocidade que a organização exige. De fato, essa é uma situação importante, as mudanças estão cada vez mais constantes e, hoje, através de estudos, conseguimos entender que elas alteram os estados emocionais e a produtividade dos colaboradores.

Depois de anos de estudos e de muita prática dentro das organizações, consegui perceber que o papel do líder está em algumas características que conseguem fazer com que o time trabalhe na mudança. Por sorte, são as mesmas características que um bom líder precisa desenvolver com seu papel de liderança, independente dos estados de mudança em que a organização está.

Trouxe quatro características que, em minha visão, são essenciais para que os processos de mudança tragam ótimos resultados. Entretanto, é importante ressaltar, que elas não são as únicas quando o assunto é papel do líder.

Dentro de Gestão de Mudanças, o autoconhecimento vai muito além de se conhecer, de saber o seu perfil e o seu estilo de liderança. O que se espera de um líder, em processos de mudança, é que ele entenda quais são as suas reações e os seus estados emocionais quando está passando pelo processo.  E, para isso, ele precisa ter conhecimento em gestão de mudanças. Apesar de muitos acreditarem que aceitam a mudança, estudos da neurociência comprovam que todos os seres humanos passam pelos estágios emocionais em momentos de mudança. Isso se aplica, inclusive, para as pessoas que estão preparadas emocionalmente para o processo. Portanto, saber como ele irá reagir é uma das inteligências mais importantes que o líder precisa ter.

Percebam que essa característica de autoconhecimento é muito mais profunda do que o mercado oferece atualmente. Pois, ela mostra quem é você na mudança, quais são os seus gatilhos emocionais e quais são os medos que vão ser aflorados quando os seus gatilhos forem ativados.

Por exemplo: Gustavo é um líder que sabe quem em processos de mudanças, reage com raiva ou com barganha. Toda vez que ele percebe que está com esses comportamentos, ele já sabe que está em estágio emocional e tenta se acalmar.  Ele é empático com ele mesmo, aceita o que está sentindo e tenta mudar o seu discurso. Assim que ele muda o discurso, consegue perceber resultados diferentes com as pessoas, pois, ao invés de controlar, ele passa a dialogar com seu time.

A segunda coisa que um líder precisa ter para traduzir esse conhecimento em resultados com o seu time é entender como ele gerencia as suas próprias emoções, como regula as emoções de liderança e como que ele aceita o que está sentindo.

Muito se fala hoje em empatia, porém quando estamos falando de processos de mudança é preciso ter muita cautela para que a empatia seja realizada de forma efetiva e genuína. Um bom líder precisa aprender e aplicar a empatia em suas conversas individuais e demonstrar e ter o interesse legítimo pelas dificuldades que as pessoas estão sentindo.  

Quando nos deparamos com líderes que não possuem a empatia e que consideram que mudar é fácil, as mudanças tornam-se muito mais difíceis de acontecer, pois o seu time irá mudar por medo, não sustentando a mudança ou o time irá demorar a conseguir mudar.

É essencial aprender ou reaprender a realmente se interessar e entender as dificuldades e as facilidades de todos dentro de um processo de mudança. Ninguém está ileso a sofrer em um processo de mudança emocional.

A última característica é que o líder precisa aprender é como aplicar ferramentas de suporte e vínculo com o outro para que ele mude. Não há mudança de comportamento sem vínculo. Tanto a neurociências quanto a psicologia nos trazem, através de diversos estudos, que as pessoas conseguem aprender a vincular, mesmo que nunca tenha tido contado com esse vínculo anteriormente.

O vínculo para que o outro mude e consiga performar melhor durante um processo de mudança é uma ferramenta, ou seja, ele é aprendível. Com as ferramentas, nós aprendemos a ter um diálogo diferente e, também, quais são os estágios do vínculo:

É importante praticar isso nos seus diálogos, nas suas conversas de liderança e nas suas conversas de meta, para que você consiga usar isso de maneira consciente e conseguir os  resultados almejados.

Essas são quatro características básicas, mas, também, muito profundas que são importantes desenvolver em um papel de liderança. Apesar de serem poucas, não são fáceis de desenvolver, pois precisam de treino, de suporte, de prática e de consciência.

Os líderes que conseguem desenvolver as características de empatia e vínculo são aqueles que mais conseguem resultados positivos com seus times. Eles melhoram a performance; conseguem estabelecer uma relação de confiança e; conseguem perceber, honestamente, quais são os problemas que estão barrando a mudança. Por outro lado, os líderes que, independente do motivo, não aceitam trabalhar essas características, são aqueles que geram desconfiança em seu time e que resulta em uma mudança realizada pela obrigação ou pelo medo.

A forma como a sua mudança será conduzida é uma questão de escolha. O que podemos afirmar, com certeza, é que essas características trazem muito mais resultados sustentáveis para você e para a sua organização.

Franciele Maftum

#éhorademudaromundo

Vídeo Base: Qual é o papel do líder em processos de mudança? – 2020 – https://youtu.be/Tyhg-BBAEB4

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