Um dos conceitos mais utilizados no mundo da Gestão da Mudança é o da “Curva da Mudança”. Esse é um entendimento que tem ajudado muita gente a entender o que está acontecendo com ela mesma e o que está acontecendo com os outros.
A curva da mudança é a explicação emocional para o que acontece conosco a cada nova mudança da nossa vida.
Você se sente ansioso, com raiva, quase desistindo, querendo parar a mudança?
Isso são reações normais e esperadas em processos de mudança. A curva foi “descoberta” por Elisabeth Kubler-Ross, autora do livro (On the Death and Dying – Sobre a Morte e o Morrer), uma psiquiatra que estudou as reações emocionais de pacientes com doenças terminais, que passavam pelo luto da própria morte.
Mais tarde, a psicologia descobriu que as reações emocionais de luto acontecem com todos nós a qualquer nova aprendizagem ou mudança que passa pela nossa vida.
A curva da mudança acontece da seguinte maneira:
Ao primeiro sinal de ameaça, mudança ou aprendizagem, a nossa primeira reação emocional é a de Negação. Negar quer dizer reagir de maneira que a mudança não tem haver com você, não esteja acontecendo ou se adeque ao seu cenário. “Nessa fase ouvimos frases como: “Isso não vai acontecer”, “Eu não tenho tempo para essa besteira”, “Eu não preciso disso”“.
A segunda fase de Raiva é caracterizada por emoções e comportamentos que envolvem a culpabilização do outro. Tendemos a agir com raiva de maneira silenciosa ou de maneira mais passional e extrovertida. Pessoas nessa fase utilizam as seguintes frases: “Por que isso agora?”; “Só podia ser coisa daquela pessoa”; “Não aguento mais essas iniciativas”.
A terceira fase de Barganha, muito característica em organizações em que a predominância é de tecnologia, caracteriza-se por comportamento de troca e tentativa de persuasão, com a intenção de adiar a mudança: “Será que podemos postergar essa data?”; “Existe mesmo relevância nesse processo acontecer?”; “Minha área (ou eu) não pode ser tratada como exceção?”.
A fase de Depressão é caracterizada pelo desânimo em relação ao processo. Quando estamos de dieta, essa é a fase que pensamos em desistir porque nunca vamos conseguir emagrecer mesmo. Frases como: “Eu não me importo mais”; “Vou fazer só o que me pedem e fingir que sigo”; “Vou ficar calada nas reuniões”; “Acho besteira tentar mais”.
Enfim, chegamos a fase de Aceitação onde já oscilamos as nossas emoções e, então, começamos a racionalizar e entender a mudança como ela é e tentamos nos adaptar a ela.
Entender a curva é aliviante para todos nós, porque todos passamos por ela. E, não adianta pensarmos que nós vamos direto para a aceitação (frase que escuto 10 das 10 vezes que ensino a curva) porque isso não acontece. Nós passamos por essas emoções mesmo sem perceber e a cada etapa emocional a gente reage. E ao reagir com nosso comportamento, impactamos as outras pessoas e dificultamos ou facilitamos a curva de cada uma.
O que fazer com as emoções e comportamentos dessa curva? Perceba-se!
Olhe o seu comportamento e aceite que você está em negação, raiva, depressão. A curva não é linear, a gente vai e volta nesses estados emocionais até conseguir mudar efetivamente. Ao aceitar o seu estado emocional seja empático consigo mesmo. Pergunte-se se não está com medo de não dar conta, medo do desconhecido ou apenas medo do medo! Converse com alguém sobre isso. Isso já é suficiente para essa reação diminuir a intensidade de tempo!
Não tenha medo de admitir que você passa pela curva. Isso é sabedoria!! Entender o seu ciclo de mudança é tão essencial quanto saber os vários caminhos que você tem para chegar em casa. Você precisa saber as rotas para não ficar preso na vizinhança.
Depois que fizer isso é hora de ajudar as outras pessoas. Comece e olhar a reação das pessoas como forma de reação a mudança ao invés de dizer que estão “resistentes” ou que são “cabeça dura”.
Veja, cada pessoa tem sua história e seus medos internos. Se quisermos mudar com saúde e eficiência precisamos entender isso. Se decidirmos ignorar esse aspecto, sabe o que acontece? A sua reação toma conta e você vira refém estancado das emoções.
Seu objetivo? Não ficar estancado na curva e passar por ela de uma maneira rápida e saudável! Depois disso, ajudar os outros a fazer o mesmo!
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