O medo pode ser fator determinante para o sucesso do seu processo de mudança, portanto ensinar as pessoas a lidarem com ele faz com que elas sofram menos durante esse período. Se você trabalha com pessoas, dentro da organização, é importante que você consiga endereçar os medos dessas pessoas e, para isso, existem ferramentas específicas que podem te auxiliar.
Falando dos medos
Os quatro medos, principais, que estudamos quando estamos falando de Gestão de Mudanças são: “Perder o papel no grupo”, “Punição”, “Incompetência temporária” e “Perder os seus valores”. Esses quatro medos são os que mais nos engatilham quando algo muda e, principalmente, quando algo muda dentro de uma organização.
1º Perder o papel no grupo: Muitas organizações têm o receio de que as pessoas terão medo de perder poder e favoritismo. Uma das tendências globais, dentro das organizações, inclusive, é o trabalho por projetos (inter-relacionais ou interdisciplinares) ao invés de trabalhar dentro de uma equipe, pois esse formato traz inovação, dinamismo e agilidade para ações. O “perder papel no grupo” vai ter esse impacto, toda vez que você fizer qualquer tipo de mudança que envolva cargo, lugar, pessoas, atribuições novas, projetos específicos em que as pessoas terão que trabalhar com outras pessoas, que envolva gestores diferentes em outros lugares do mundo. Esse medo está, totalmente, relacionado às descobertas neurocientíficas de que nós nascemos predestinados a termos conexões, a querermos nos conectar com o mundo e a querermos nos conectar com os outros. Essa é a parte de networking que, juntamente, com a amigdala cerebral são os componentes que nascem ativados e em pleno funcionamento e que estão relacionadas a pertencer, estar próximo e a fazer parte.
2º Punição: A punição aparece, principalmente, em organizações que tenham a cultura de que as pessoas não podem errar ou não podem ser diferentes.
3º Incompetência Temporária: Quando as coisas mudam, as pessoas têm medo de fazer coisas novas e, durante esse tempo, passar por uma incompetência temporária.
4º Perder os seus valores: Por exemplo, diminuir o tempo com os seus familiares.
Entendendo esses quatro medos, conseguimos perceber que eles estão relacionados com os nossos medos humanos universais e, muitos de nós, temos alguns desses medos muito inconscientes dentro do nosso esquema de crenças.
Então se, por exemplo, você é uma pessoa que já tem medo de errar, de que você não pode fracassar ou de que você precisa pertencer e, para isso, você precisa ter algumas características que você não tem, um desses quatro medos estará muito mais latente em você do que o natural. Apesar de eles serem medos que são acionados em processos de mudanças, muitos de nós podemos acioná-los de forma multiplicada, pois temos crenças disfuncionais por trás desses medos.
Se a sua organização percebe que os medos de seus colaboradores estão acionados, é importante que invista um tempo para ensiná-los a lidar com seus próprios medos, para que consigam escutar o que você tem a dizer e a passar por esse processo com menos sofrimento.
No próximo texto, irei trazer para vocês uma atividade que criei e que pode te ajudar a falar sobre medos na organização.
Franciele Maftum
#éhorademudaromundo
Vídeo Base: Como quebrar os medos – 2020